Estou cansando de ouvir gurus motivacionais colocando toda a responsabilidade do sucesso de seus seguidores apenas na força de vontade. “Pare de procrastinar AGORA!”. “Ei, você aí, não alcançou o que queria pois é fraco, não luta pelos seus ideais…” e coisas do tipo.
É claro que força de vontade, foco, objetivo claro e metas concretas fazem muito sentido e são necessárias, mas, infelizmente, não é só isso. O buraco é mais embaixo.
Nem tudo a gente consegue com o nosso consciente, apenas com a força de vontade. Nem tudo é ação presente. E muitas vezes ficamos dando murro em ponta faca achando que podemos simplesmente ignorar a força do nosso subconsciente.
Não existe uma divisão real, mas segmentamos a mente em consciente, subconsciente e inconsciente para sermos didáticos. Imagine que no subconsciente de alguém morem memórias de pais autoritários, professores abusando do poder e outras figuras de respeito sendo soberanas. Se a conexão for feita assim, esta criança e futuro adulto não terá boa relação com subordinação, chefes e personas de autoridade. Aí vão dizer – sem efeito – “pare com isso, você não deve ser assim, tem de mudar…”.
Veja outro exemplo: uma menina que perdeu pai e a mãe muito jovem. E presenciou outras perdas jovem também. Se sua mente fizer a conexão disso com ausência de futuro, talvez brote uma compulsão em gastar tudo (e rápido); em outras palavras, aproveitar antes que a vida seja abreviada. Como é que você vai dizer que ela está errada, que deve fazer um curso de finanças pessoais para se livrar deste hábito? Pois é, nenhum curso irá ajudar.
Força de vontade, coragem e disciplina são fundamentais, mas, se você vive dando murro em ponta de faca, tentando métodos e fórmulas, e vê que nada muda, talvez seja interessante descobrir quais são as verdadeiras motivações por trás de sua mente consciente. Neste caso, a hipnoterapia pode ser a chave de uma compreensão – e ressignificação – dessas memórias.
