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BalCast #34 – Coach – Parte 1

Tempo de leitura: 9min

Hoje você irá conferir o primeiro BalCast triplo que gravei com Fernando Colella e Dani Assunção. Eles trabalham com coaching e hipnose, e é justamente sobre essa mistura que nós vamos falar aqui.

RB: Pra quem não conhece o trabalho de vocês, diz pra nós o que vocês fazem.

FC: A gente faz muita coisa, mas nós somos coaching e o foco do coaching é ajudar pessoas que tem metas na vida, que tem objetivos a serem realizados. Então o coaching é o profissional que conduz essa pessoa no passo a passo para traçar esse planejamento e alcançar a meta, o objetivo, o sonho. E nós também trabalhamos com hipnose.

RB: A gente fala sobre muita coisa aqui para vários tipos de pessoas. Para quem nunca ouviu falar no termo, explica algo prático. Como a pessoa chega até você?

FC: Tem de tudo. Na verdade no mundo corporativo as pessoas já conhecem mais, então elas vem por uma indicação, procurando ajuda para trabalhar carreira. Uma coisa que me impressionou no começo da minha carreira é que eu achava que as pessoas que procuram coaching já sabiam o que queriam, já tinham objetivos traçados, mas eu descobri que a maioria não tinha ideia do que queria, sabiam o que não queriam. Então o profissional ajuda a pessoa a encontrar o que dá sentido, propósito para a vida da pessoa.

RB: Muito bem. Eu perguntei para o Fernando o que ele queria tomar, e ele falou: “café”. Mas ele falou um ‘café’ diferente. Tem algum motivo especial?

FC: Tem um motivo muito especial, porque afinal de contas nós somos o ‘Café com Coaching’.

RB: E olha, quando falamos de buscar objetivo, eu me lembro de quando eu tinha 27, 28 anos. Eu estava perdido, tinha minha empresa, fazia minhas coisas, mas borbulhava aquilo na minha cabeça. E engraçado que minha mulher passou pelo mesmo problema existencial. Isso existe dentro dos 27 aos 29 anos? Ou depende da pessoa?

FC: Eu acho que depende do caso, e eu até tive meu problema existencial nessa fase. Talvez seja uma antecipação da crise dos 30, porque a pessoa vai chegando nos 30 e pensa “estou ficando velho”. E não é à toa que nossos clientes tem, a maioria, a partir de 30 anos até os 44.

E aos 30 anos você já ganhou dinheiro, talvez já tenha conquistado uma posição na carreira, já conquistou coisas, mas de repente está faltando um pouco de significado. E aos 40 já é a crise da meia idade, porque nessa idade você já tem uma vida estabelecida, já tem família e filhos, provavelmente, mas começa a olhar para uma coisa que talvez você não tenha olhado antes, que é o fim. E de repente você olha pra trás e pensa: “o que eu estou fazendo da minha vida?”, “se eu morrer agora, eu conquistei a vida que eu queria?”.

RB: Ou o que eu deixei de fazer também, né? Me parece que a escola é uma grande culpada de tudo isso, porque na escola nós não aprendemos sobre meta de vida, planejamento de futuro, não aprendemos a fazer o que a gente gosta, não aprende a lidar com emoções, planejamento financeiro, etc. O que você acha desse papel da escola ensinar crianças a planejarem a vida?

FC: Eu acho que deve ensinar as crianças a planejarem a vida. Nós temos um modelo de escola que remete a mais de um século, essa coisa hierárquica, estrutural. Claro que hoje existem propostas educacionais diferentes, mas nós temos um modelo muito ultrapassado de escola e educação. Acho que você falou tudo, a escola não prepara para a vida, para decepções, e essa educação formal talvez não seja o suficiente para formar pessoas. E talvez o coaching ajude isso, na verdade nós enxergamos o nosso trabalho como um tipo de educação, uma escola para a vida.

RB: Deixa eu colocar duas situações, de duas pessoas bem diferentes. Temos o empresário, que está tranquilo, bem com a vida e tem aquele cara que perdeu o emprego há 4 meses, já passou a época do seguro desemprego, tem contas chegando e está desesperado. Que conselho você daria para essa pessoa que está desempregada há 4, 5 meses?

FC: Bom, tem muitas coisas para falar para pessoas como essa, mas talvez eu comece pelo fim. A imagem mais triste que eu consigo conceber para a minha vida, é me ver aos 90 anos, sentado em uma cadeira de balanço, fazendo um exame de tudo, olhando pra trás, me perguntando se valeu a pena o rumo que eu dei pra minha vida, as escolhas que eu fiz e respondendo para mim mesmo: “Não, não valeu a pena. Porque foi difícil demais, porque eu tive medo, porque eu comprei os valores sociais do meu pai, meu chefe e esqueci os meus e não valeu a pena”. Então essa é a primeira coisa, o tempo está passando e a essência da vida é a mudança, temos altos e baixos, mas nunca podemos abrir mão dos nossos valores, nunca perder aquilo que dá sentido para mim, que faz a minha vida ser importante. Dito isto, é claro que temos que viver, temos que pagar contas, temos que trabalhar isso também. O coaching pode ajudar esse profissional a fazer bons projetos, mas todo bom projeto parte da ideia de que é necessário que seja algo que funcione para mim, que faça sentido para mim, congruente com meus valores. Então acho que o primeiro ponto é este, você perceber que precisa de um equilíbrio. A gente costuma falar que tem dois tipos de metas, o primeiro chama Metas Eros por causa da ideia de Eros Platônico, o desejo. Por exemplo: eu desejo aquilo que me falta, aquilo que eu não tenho. Eu não posso desejar algo que eu tenho, então desejo uma mulher que eu não tenho, um carro que eu não tenho, e desejo também uma meta que eu não tenho. Então as metas Eros são importantes, porque elas me permitem ter conforto ter qualidade de vida, conquistar aprendizados, novos conhecimentos, dinheiro, bens… só que há um outro tipo de meta que chamamos de Meta Philia. A Philia, que é uma ideia mais aristotélica é aquilo que eu fico feliz porque eu tenho e eu tenho orgulho e sou grato por isso. Então metas de família, de uma profissão, uma obra que dê orgulho e sentido para a minha vida. Então um bom planejamento de vida é o que equilibra esses dois tipos de metas. Se eu busco só a metas Philia eu vou ser muito feliz com o que eu faço mas eu morro de fome, eu não aprendo, não me desenvolvo, e se eu busco só metas Eros talvez eu tenha muitas coisas, muitos bens, mas não vejo significado.

A gente já tem aquela clássica pergunta: “dinheiro traz felicidade?”

Se dinheiro, por si só, trouxesse felicidade, todo rico seria feliz. Nós já trabalhamos com pessoas profundamente bem-sucedidas, ricas, que tinham tudo o que elas queriam, todas as pessoas que elas queriam, inclusive, e profundamente infelizes, porque faltava algo que desse sentido. Então é um equilíbrio: aquilo que me dá sentido e aquilo que me dá segurança, conforto, possibilidade de evolução financeira, mas também de conhecimento. Tudo aquilo que eu não tenho, que ao ter, vai me fazer uma pessoas melhor.

RB: Então vale para essa pessoa parar e listar? Existe algum exemplo prático? Pegar um papel e colocar o que me faz feliz, o que me falta…</p >

FC: Tem muitas formas de trabalhar isso. Uma que eu particularmente gosto é uma forma onde eu exerço uma visão de futuro. Sabe aquelas listas de resolução de ano novo? Que ficam guardadas no fundo de uma gaveta… elas tendem a não funcionar, por várias razões. Primeiro porque é uma lista unidimensional, ela considera que o ano acaba e fim. E isso é um problema, porque, na verdade, todas as minhas metas para o próximo ano são apenas um passo para quem eu quero me tornar talvez a longo prazo.

Tem um número meio mágico que usamos no coaching que 10 anos. 10 anos é uma ideia legal que é a longo prazo, porque é muito difícil você imaginar uma meta que você não consiga atingir em 10 anos. Qual o desejo que você quer para sua vida que em 10 anos não é possível? Nesse tempo você faz um doutorado, escreve um livro, você consegue praticamente qualquer objetivo da sua vida. E como a gente não para pra pensar nisso, nem se planejar, dez anos passam rápido e muitas vezes vocês está no mesmo patamar de 10 anos atrás, simplesmente porque o tempo foi passando. A primeira ideia é a visão de quem eu quero ser, na melhor versão de mim mesmo, no ápice da minha capacidade. Quem eu vou ser em 10 anos? Eu vou conseguir atingir esses objetivos? Então essa é a primeira lista que eu devo fazer.

Quer conferir mais desse bate-papo incrível? É só clicar no player que está no topo da página. 😉

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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