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BalCast #49 – Parte 1 – Entrevista com Daniela do Lago

No primeiro BalCast de 2019 você vai acompanhar um papo alto astral, cheio de risadas, debates e dicas que podem te ajudar a progredir na vida. Daniela do Lago é professora, escritora e uma palestrante com uma história inspiradora!

Confira agora a primeira parte da entrevista épica:

RB: Senhoras e senhores, ladies and gentlemen, menininhos e menininhas sejam todos muito bem-vindos. Eu sou o Rafael Baltresca e este aqui é mais um… BalCast!
Muito bem, muito bem, muito bem…
Bom dia aí, galerinha que está me assistindo, vendo e ouvindo.
Faz tempo que eu não faço BalCast, hein… faz bastante tempo! Acho que a gente não grava faz dois ou três meses.
Esse é um projeto, eu falo que é um projeto que sou apaixonado, adoro. O que a gente está gravando vai para Podcast, ele vai para Videocast, ele é transcrito, também.
DL: Eu sei, eu assisto vários.
RB: Ele é um filhote que a gente não tem… aquela coisa de ‘’ter que gravar toda semana’’.
DL: Não tem uma regularidade.
RB: Não… e eu quis que fosse assim, justamente para fluir, só para entrevistar pessoas que eu gosto… no momento legal e não ter que ter uma tabela toda certinha. Eu tenho algumas tabelas e muitas outras coisas disciplinadas nas minhas palestras e tudo mais, mas o BalCast não.
Este daqui é uma edição mais que especial. Estou aqui, hoje, com a minha amiga, recém amiga… né?! Faz pouquinho tempo que a gente se conhece… um ano.
DL: Um ano e pouquinho…
RB: Daniela do Lago. Dani, obrigado pelo convite.
DL: Eu que agradeço.
RB: Seja bem-vinda.
DL: É um privilégio estar aqui com vocês participando do BalCast. Esse programa tão bacana, interativo, diferente. Obrigada pelo convite, viu?!
RB: Não, sou eu que agradeço.
Quando eu conheci a Dani, a gente…
DL: Na verdade, a gente se viu em um primeiro almoço de final de ano.
RB: Final de ano, é…
DL: A gente se conheceu pela internet.
RB: E, assim, foi interessante porque eu não te conhecia, nem pessoalmente, nem profissionalmente e é muito legal começar a conhecer coisas de você, porque você faz um monte de coisas. Você escreve, você dá aula, você é consultora, você faz palestras.
DL: Várias frentes…
RB: Então, Dani, uma resumida rápida. A Dani, hoje… o que você faz, o que você curte, qual é a sua vibe… qual é o seu momento?
DL: O que que pega… qual é o meu momento?!
Gente, eu tenho várias frentes de trabalho, coisas que eu nem chamo de trabalho, eu chamo de coisas do meu coração que eu vim fazer na terra.
A minha área principal, a vertente principal, a espinha dorsal do que eu faço é o comportamento no trabalho. Foi o que eu estudei, eu sou pesquisadora nessa área e, com isso, eu sou professora. Eu acho que essa é a minha maior missão na terra, como professora.
RB: Carreira? Ou carreira é uma vertente do comportamento?
DL: Não, a carreira… então, você diz o comportamento no trabalho e a carreira em si? Elas andam juntas.
RB: É. Porque eu sei que você é especialista em carreira, você sabe falar muito bem com quem quer ter uma ascensão na carreira, mas comportamento no trabalho é algo maior. É um ‘’guarda-chuvão’’?
DL: Então, talvez, a gente pudesse falar, por exemplo, a carreira seria uma grande estrada e o comportamento é a alma no decorrer da caminhada.
RB: É o que você faz, hoje?
DL: É o que eu faço, hoje.
RB: E aí, vem livros… vem palestras…
DL: Vem os meus livros, todas as revistas e colunas que eu escrevo, os artigos menores, também, os meus três livros, por enquanto… já tem dois no forno que vão sair no ano que vem.
RB: É uma adicta em escrever livros.
DL: É o que eu quero. Na minha estrada de carreira, agora a gente pode falar disso, como é que funciona os ciclos das nossas carreiras. O que eu quero é mais da escrita, estou me encontrando, de verdade, na escrita. É muito legal, é muito da hora.
RB: Sabe que tem um nicho aí. Ensinar pessoas a escreverem livros. Porque escrever um livro é muito mais do que pôr em um papel e sair vendendo, né?! Você sabe disso. É um filho, é um legado que você deixa para a humanidade e, muita gente…
DL: Não é fácil fazer um troço desse, não.
RB: Não… e, muita gente, eu me coloco junto desse bolo, que adoraria escrever um livro.
DL: Ah… a gente falou disso!
RB: E não faltam ideias, mas…
DL: É sentar e olha… ralação! Encontrar inspiração em cima disso.
É muito legal porque, como você falou quando a gente começou, aqui. ‘’Eu li este Despertar profissional’’. É muito louco porque, às vezes, tem gente…
Esse foi meu primeiro livro, em 2014. E aí, muita gente fala: ‘’Dani, eu li esse trecho assim…’’ e parece que a pessoa está te vendo pelada… sabe assim?! Entrando na minha cabeça…
Eu gosto dessa parte em que a pessoa diz: ‘’poxa, eu não concordo com isso, aqui’’. É tão legal trocar ideia com isso.
RB: E acontece dessa pessoa falar: ‘’olha, você falou tal coisa, eu gostei bastante’’ e você já mudou de ideia.
DL: Já. Eu falo: ‘’olha… tem uma coisa melhor’’.
RB: Acontece.
DL: Sabe que, vira e mexe – sempre quando eu começo a escrever, eu dou uma fuçada na internet para ver quem é que escreveu sobre isso ou, enfim, para ver o que é que tem por aí – eu encontro uns textos que estão em outros lugares, outros sites e começo a pensar que concordo com essa pessoa e quando eu vou ver, fui eu mesma que escrevi.
RB: Dani, é muito legal falar do presente. Então, você já falou professora… dá aula na FGV, é isso?

DL: Dou aula na Fundação Getúlio Vargas há 13 anos. Os cursos de MBA, na área de gestão de pessoas e eu, também, atuo há 15 anos como palestrante. Estou lá nos palcos e falo sobre carreira, desenvolvimento de carreira, as competências comportamentais do futuro. Sou escritora e estou nas mídias e todas as redes sociais.
RB: É legal falar do presente, mas eu gosto que o BalCast, de alguma forma, influencia a pessoa que quer fazer tudo isso e, às vezes, não sabe por onde começar.
Conta um pouquinho da sua história. Você se formou em que? Você tinha que sonho? Quais coisas aconteceram para chegar, hoje?
DL: Eu fui executiva de empresa. Eu fiz administração de empresas. Sempre fui da área…
Eu queria muito ter feito publicidade e é uma coisa que eu falo para todo mundo, hein. Eu não fiz publicidade porque eu não passei na universidade que queria passar. Eu queria uma federal e não passei. Eu falei que ia tentar um próximo ano e estudar… então, meu pai falou: ‘’Dani, faz administração. Você leva um jeito para organizar’’.
Olha que bacana, o poder, muitas vezes, das mentorias. Você ter um mentor que fala: ‘’olha, eu vejo isso em você’’. Porque, na época, eu nem via nada. Ele falou: ‘’Enquanto você estuda para passar no que realmente você quer, vai fazendo administração’’.
Eu tinha passado em outras universidades, passei em uma universidade legal para fazer adm
inistração e falei: ‘’Tá bom, eu vou’’. Fui e amei o curso. Hoje eu vejo que todo mundo deveria fazer administração de empresas, porque ela te dá essa base.
RB: Concordo com você.
DL: A gente estava falando de negócio, né?!
A forma de você ver, por exemplo, cuidar da parte financeira, contábil da sua empresa… o básico!

RB: O básico para poder delegar. É complicado você delegar sem ter o mínimo de conhecimento.
Eu quero entrar num outro viés. Você falou para mim que o seu pai foi um mentor, te mostrou uma área que você não conhecia e gostou. Só que você falou para mim, também, que não fez a área de publicidade porque você não entrou.
Você não pensa que muitos sonhos são desmoronados, por conta de uma faculdade ou porque a pessoa não consegue entrar?
DL: Ah, é fato… lógico que tem! Tanto é… olha só! Eu vejo, hoje, nos meus trabalhos – se você entrar nas minhas redes sociais e ver – eu belisco essa parte, em termos até de publicidade. É o que a gente faz. Eu não estudei esse negócio a fundo, não me dediquei, mas, de certa forma, você lida com isso, também.
Eu vejo nós, a gente tem a mesma idade, né?! Eu nasci…
Eu não sei se eu falo minha idade, comecei a entrar em crise, agora, porque daqui a seis meses eu vou fazer 40 anos.
RB: A gente não tem a mesma idade, Dani.
DL: Você é mais novo do que eu? Eu vou dar na sua cara!
RB: É pouco, mas sou.
DL: Esse é o momento, quando eu falo que vou fazer quarenta anos, de você escrever: ‘’Dani, eu não daria 30 para você’’. Você tem que me apoiar.
RB: Só estou com medo do feedback que vão dar para mim… ‘’Nossa, para ela, eu daria 30, para ele… 50’’. É a vida, né! Coisas acontecem…
DL: Enfim, nós nascemos numa transição, em que a faculdade determinava, muitas vezes, a estrada de carreira.
RB: Isso, exato.
DL: Hoje, olha que privilégio! Você acha que os nossos cursos de faculdade, hoje, vão determinar o que tem?
RB: Não mais…
DL: Não tem. E isso assusta muita gente, mas eu vejo como uma baita oportunidade.
RB: É uma pérola para quem está vivendo nesse momento.
DL: É uma baita oportunidade! Porque é possível – há cinco/seis anos atrás, quando eu estudava esse lance de carreira, desenvolvimento de carreira – nós, como vida, a trajetória como um todo, teríamos até três carreiras. Hoje a gente fala que você vai vivenciar até cinco ou seis carreiras, sendo duas ou três delas simultaneamente.
Olha que louco! Isso é muito legal!

RB: Não dependemos mais de faculdade. Podemos não depender mais…
DL: O estudo, você sempre vai ter. Sempre você terá que estudar. Não confundam as coisas, né?!
Sempre a gente vai ter que estudar. O conhecimento está aí, você fuça, você tem acesso e o conhecimento requer tempo. Requer tempo!
Não é igual Matrix – eu adoro o filme, Matrix, não sei se vocês já assistiram – baixa o downloading e você sabe fazer aquilo. Não é assim que as coisas acontecem.
Como a gente não chegou ao equilíbrio, em termos de rede social, da parte de internet, todo mundo quer tudo muito rápido. Você vai, por exemplo, no programa de TV, você vai nos vídeos, aí você tem que gravar em dois minutos e pensa: ‘’Como irei dar um conteúdo profundo em dois minutos? Não vou…
RB: Está tudo veloz…
DL: Está tudo rápido! As coisas não funcionam assim… a educação requer tempo!
Quantos anos você estuda, Rafa? Entendeu? Eu, também… nunca vamos parar de estudar!
RB: O ponto é que a faculdade é uma fonte principal de conteúdo.
DL: É a meta.
RB: Era uma meta e uma fonte. Hoje a fonte, você tem… a pessoa pode fazer se quiser, não vou falar uma faculdade, mas ela pode aprender algo técnico na internet. Entra no YouTube, aprende.
DL: O que eu vejo, até como futuro, a junção de cursos técnicos que irá compor esse profissional.
Então, por exemplo, se eu tenho um curso técnico de administração. A grande sacada é: se você estudar legal e souber fazer, arrasou. Um diploma não vale nada, hoje isso já acontece.
Até para o futuro, a gente vê os diplomas não valerem nada. O que vai valer é o que realmente você sabe e conhece.
Há dez anos atrás, literalmente, um diploma valia.
Você é formado na FGV? Ui, que legal! Então, o cara tinha um trabalho, entra, mesmo se não soubesse alguma coisa, o diploma falava, gritava à frente. Hoje não mais.
Então, por exemplo, para eu contratar para as minhas empresas, um profissional para mexer na internet ou alguém que fale inglês. Se eu tenho uma pessoa que estudou doze anos e tem o diplominha de advanced e o outro cara…
RB: CCAA…
DL: Ah, sei lá! Não importa a escola…
RB: Não, tem que ser… porque doze anos no CCAA e o outro que morou três anos nos Estados Unidos…
DL: E o outro que lavou prato seis meses, que seja…
Aí eu vou conversar com a pessoa: ‘’Let’s talk in english!’’. A pessoa que lavou o prato, mesmo que tenha um vocabulário esquisito, mas flui o negócio. Ok!
Aí eu vou conversar com a outra pessoa que tem o diploma: ‘’Let’s talk in english!’’ e a pessoa fala: ‘’Hm… pera… eu não treinei essa parte, ainda’’. Quem você acha que eu vou contratar?
RB: Claro!
DL: Então, assim, é aquilo que você sabe. Então, se você se dedica para estudar alguma coisa, estuda de verdade, retenha aquele conhecimento para você.
Eu acho que o futuro vai ser isso. Essa junção de vários cursinhos técnicos. Porque a gente nunca vai parar de estudar.
RB: Lá no passado, então, era outra coisa…
DL: Era outra coisa…
RB: E você se enveredou pela administração de empresas?
DL: Isso. Fiz administração, saí da faculdade e consegui um… eu fui trainee. A galera curte esse lance de ser trainee. Hoje é uma competição, parece um Big Brother que as pessoas se matam por um cargo de trainee. E eu consegui.
Eu fui trainee em um grande multinacional. Foi da hora! Foram dois anos. E, assim, para que serve uma empresa, né?! A empresa serve, muitas vezes, para mostrar o mundo a você.
Eu viajei para uma série de países, os quais, financeiramente, por conta própria, não teria condição de ir. Então, você tem acesso. A gente tem que aproveitar os benefícios que a empresa oferece para a gente.
RB: São mais que os benefícios no final do mês…
DL: Isso. Ah, para com isso, né?!
RB: Claro. Porque ainda tem gente que vai para a empresa…
DL: Pensando nisso… é.
RB: ‘’É só o que eu ganho, é só uma comissão…’’, mas é muito mais, né?!

DL: É muito mais.
RB: Às vezes, a oportunidade de errar com um risco que não é seu.
DL: É maravilhoso!
RB: E, muitas vezes, o seu cargo permite… ‘Vai! Faz! Erra!’’.
DL: ‘’Vamos lá! Agiliza! Faz! Aconteça!’’ e quantas outras conexões vocês fazem.
RB: Demais.
DL: É isso que você tem que olhar. Para isso que serve uma empresa.
RB: Eu creio que empresas de médio e pequeno porte dão para gente,
uma bagagem espetacular.
DL: Olha, eu falo como experiência nessa estrada de carreira. Você tem que trabalhar, uma vez na vida, em uma grande empresa, uma multinacional, para você ver o que é ter recursos. Você vai ver o que é nadar em grana.
Para você ver, por exemplo, você viaja a alguns lugares, você vai de business, né?!
Eu, quando vou comprar a minha passagem, falo: ‘’Ai meu Deus! Que caro!’’ e, na empresa, você vai de business, fica nos melhores hotéis, conhece um monte de país, um monte de coisa.
Você quer aprender a trabalhar, de verdade? É pequena/média empresa. Você vai fazer tudo. Tudo!
Então, assim, em uma multinacional, você vai cuidar de um pedacinho do negócio, de um elefante gigantesco. Então, vai te tornar um especialista em um negocinho. Para você agilizar e ter jogo de cintura, pequena/média empresa.
Todo mundo tem que trabalhar em todas, porque isso é legal, te dá um panorama. Você fala: ‘’Pô! Isso é bacana!’’.
RB: Eu vou agregar mais um. Ter o seu próprio negócio. Algum momento da sua vida, tem que empreender.
DL: Empreender.
Rafa, eu conto uma analogia que eu falo, da seguinte forma: a sua estrada de carreira é uma estrada, é um caminho que você começa a trilhar aos 12 anos de idade. Então, sua filha, quando ela tiver 12, é onde ela começa. O que é isso? Ela começa a fazer os cursos, ela quer fazer inglês, ela quer fazer o ballet, sei lá… se ela se interessar, quer fazer um teatro, uma natação. Tudo isso é uma somatória de experiências que vão agregando e você não termina até, no mínimo, 80 anos. Não termina, a estrada é longa.
Então, a estrada, quem traça é você, essa meta.
Os ônibus, por exemplo, eu gosto de citar o exemplo dos ônibus, são as empresas que a gente escolhe trabalhar. Então, você embarca a viagem num ‘’busão’’ e ela te deixa… o ônibus, num outro ponto. Que ponto é esse? Que você definir…
De repente, você pegou um circular Lapa, a gente está na Lapa. Circular da Lapa é circular pela Lapa. Então, você pegou. Até que você desce num ponto que você definir. Não tem nada de errado ficar no mesmo ‘’busão’’, desde que seja consciente.
RB: Interessante ser consciente de que ônibus você está, né?!
DL: Isso. Você que escolheu!

RB: É. Pera aí, onde é que eu estou? Para onde vai me levar, isso? Ou não vai.
Isso é uma das coisas que você até fala, aqui, neste livro. Eu não me lembro em qual capítulo.
DL: Olha, gente, ele leu. Ele me deu todos os feedbacks do livro, viu!
RB: Eu li tudo.
Justamente entender para onde a empresa vai te levar e compreender se é o que você quer, porque pode ser.
DL: É isso mesmo. Eu falo que não tem empresa errada, você que escolheu errado.
RB: Exato. Está tudo bem ou não está tudo bem. Estar consciente disso e se planejar.
DL: É isso mesmo. Tem gente que entra no ônibus e, assim, é tão louco porque, aqui no Brasil, as pessoas acham, tem uma cultura de… ‘’A empresa me deve alguma coisa, só porque ela nasceu.’’, isso não é uma verdade. É uma grande troca. Esse ‘’busão’’ aí, da sua empresa, tem o destino certo, sabe para onde está indo. Você entra, você tem que saber o que quer da sua meta. É um período que vocês ficam. Então, assim, você não embarcou viagem nesse ônibus, à toa. Não foi para pegar carona, foi para fazer algo. Tem gente que entra para dirigir, tem gente que entra para consertar alguma coisa. Alguma coisa está fazendo nesse ‘’busão’’, durante aquele período, senão a empresa não deixa você lá. Só que tem gente que entra e dorme no ponto, aí perde o ponto. Tem gente que entra e o ônibus está lotado, o ônibus está quebrado, tem ônibus que tá enferrujado.
RB: Eu assisti uma palestra do Alfredo Rocha, uma vez – até fiz um trabalho com ele, há pouco tempo – eu gosto bastante quando ele fala, é uma coisa tão simples, mas pensar que quando a gente trabalha com uma empresa, quem está ganhando é a empresa, é um pensamento muito pequeno. Quando a gente entra com um mindset que nós ganhamos. Porque, realmente, pensa, depois de cinco anos, talvez, você não esteja mais. A empresa ganhou em reais, você ganhou, também, o seu salário, mas o que você pode ter ganhado lá, foi muito.
DL: O que você leva de experiência… ninguém te tira.
RB: Então, quer dizer, o comercial que está fazendo aquela venda meia boca, só para cumprir tabela, ele está levando isso. É o aprendizado que ele vai levar para a vida dele.
Então, talvez, ele vá empreender, um dia e não vai deixar de ser aquela pessoa que sempre foi, porque ele aprendeu ser assim. Né?!
Então, você fazer bem feito, fazer com tesão, fazer com felicidade… você é o que mais ganha.
DL: É lógico, gente! E as conexões, o rastro que você deixa nessa estrada.
Eu falo: ‘’Você jamais vai perder por deixar um rastro excelente’’.
Quando é que, nessa vida, você vai perder por deixar um rastro excelente?
Eu fiz um trabalho com o Rafa, olha como ele foi excelente.
RB: As portas você abre, não são só na empresa. São portas que você abre dentro de você, portas de conhecimento, portas de conexões…
DL: Está na hora de a gente crescer.
RB: Está na hora! Isso é maturidade, né?!
É falar: ‘’Pera aí! Já acabou aquele profissional e estou aqui, simplesmente para fazer e, daqui a pouco, estou em outra’’. Não! Aproveita…
DL: Eu sou muito grata. A primeira empresa que eu entrei como trainee, um baita de um ‘’busão’’. Eu estava em um ‘’super’’ assento.
RB: Você já começou em uma ‘’super’’ empresa.
DL: Já comecei em uma ‘’super’’ empresa. E, assim, os meus resultados eram tão legais, que a empresa falava: ‘’Daniela, escolhe o assento que você quer’’. Foi da hora! Eu escolhi na melhor área, porque eu fiz, na sequência, um MBA em marketing, então, eu escolhi Marketing em venda de automóveis importados.
Todo mundo queria essa área. Era o coração ali da empresa, brilhava o olho de todo mundo.
RB: Era uma empresa de…
DL: Empresa de automóveis. É a Mercedes-Benz do Brasil. É empresa alemã.
RB: Ah… você começou na Mercedes… com licença, né?!
DL: Eu fui trainee lá e depois fui executiva. Foi ‘’super’’ legal! O que eu aprendi com esses alemães?
Hoje eu uso nas minhas empresas, organização. O que esses alemães manjam de organizar as coisas… olha, é demais!
A empresa proporcionou para mim. Eu fiz cursos, por exemplo, eu fiz um curso de dois meses em Harvard, pago pela empresa.
Entra aí no Google, só para você ver quanto é que custa um curso desse.
Eu sou ‘’super’’ grata. Entendeu? A empresa pagou metade do MBA, eles me pagavam inglês, alemão… eu estudei pra caramba! Contribuí ‘’super’’ com a empresa, trabalhei durante oito anos, de todo meu coração e desenvolvi uma série de projetos que, até hoje – já tem mais de dezessete anos que eu saí da empresa – as pessoas se lembram. Porque eu tenho uma série de amigos. Quero mandar um beijo para as conexões que eu fiz na Mercedes-Benz do Brasil.
Até hoje, olha que interessante…
RB: Um beijo para minha mãe, para o meu pai, para você…
DL: Aproveitar a audiência do seu programa para isso.
RB: Então, é um momento Xuxa.
DL: É ‘’super’’ legal,
porque eu catava uma série de projetos que ninguém queria. Eu falava: ‘’Eu vou fazer, vou aprender esse negócio’’ e aprendi pra caramba.
Aí, chega um ponto em que – eu já tinha feito o MBA, também, em marketing e eu estava legal, tinha uma salário bacana, a empresa era um ‘’busão’’ da hora, todo mundo queria estar naquele assento, mas eu não estava plena e feliz, é isso que eu chamo de propósito – quando você começa a sentir uma insatisfação e não sabe muito bem o porquê. Você não sabe porquê.
‘’Pô… é um lugar legal, as pessoas são bacanas, eu performo bem, mas você sente algo dentro de você que pode mais, você pode mais, você pode mais…
RB: Qual é o indicador que essa estrada não está alinhada com o seu propósito?
É acordar, segunda-feira, falar: ‘’Que saco!’’. É isso?
DL: Então, o primeiro momento, eu batizei… você vê que eu gosto das analogias, né?!
Eu batizei de: será que?
Por exemplo, você já ficou naquela piração de faculdade, você está fazendo estágio, aquela loucura toda, de repente, todo mundo acorda, todo mundo desperta. De repente, você acorda no meio da empresa e fala assim: ‘’Será que estou na empresa certa? Será que estou usando todo o meu talento? Será que é para eu estar aqui, mesmo? Será que é para eu pedir um aumento? Será que eu saio dessa empresa? Será que é para eu montar meu próprio negócio? Será que é para eu…?’’, sei lá! Em algum momento, as pessoas entram nesse período de ‘’será que?”. Esse é o primeiro sinal.
RB: Você começa a olhar para outras coisas, começa a olhar de cima do muro.
DL: Esse é o primeiro sinal. Das duas, uma, ou a sua estrada não está adequada, ou você está no momento de descer do ‘’busão’’ e pegar um outro. Entendeu?! Ajustar a estrada… sei lá! Alguma coisa, primeiro sinal! É o que eu chamo de: ‘’Wake up call’’. Você é o despertador ali, naquele momento. Aí você acorda, se você está no momento de ‘’será que?’’, se liga hein… essa entrevista está sendo ótima para você.
RB: E vai ser para muita gente.
DL: Esse é o primeiro sinal. Aí acordou: ‘’Daniela, estou num momento de ‘’será que?’’, o que eu faço?’’. Aí você pode buscar ajuda. Então, escreve lá, eu te indico o caminho das pedras. Entendeu? A busca por um coaching. A gente pode até explicar o processo de coaching que te direciona. Isso é legal! A busca por um mentor. O que é um mentor? Uma pessoa que você confia, confia profissionalmente, que você vai confiar naquela dica.
RB: Que te faz umas perguntas certas para você se auto analisar.
DL: Qualquer um pode ser um mentor, Rafa. Por exemplo, eu admiro você, profissionalmente. Então, eu venho aqui, bater um papo com você e falo: ‘’Rafa, estou pensando isso, isso e isso.’’, aí você fala: ‘’Dani, eu fiz isso na minha vida e não deu certo. Eu fiz isso, deu ‘super’ certo, eu quebrei a cabeça, se eu sou você, eu faço isso, isso e isso’’.
RB: Tá. Mais para frente, a gente vai falar do feedback, que é um dos seus livros, acho que é o último livro que tem bastante a ver com isso. Né?!
É um feedback que pode ser decisor na minha vida.
DL: Muito, muito… é claro!
RB: Então, escolher bem esse mentor…
DL: É muito importante.
RB: É tenso, né?!

DL: É tenso. É por isso que você tem que conversar com várias outras pessoas, também.
O primeiro lance é quem eu admiro, quem se importa comigo. Não é uma pessoa qualquer. Alguém que vai me ouvir, de verdade.
Tem um autor, que é um amigo nosso, Sidnei Oliveira. Tem um livro dele aí, gente! Um livro chamado Cicatrizes.
RB: Um beijo para o Sidnei.
DL: Um beijo, Sidnei. O Sidnei, no último livro dele, ele falou: ‘’Um mentor tem que ser cicatrizes’’. Então, quantas cicatrizes você tem, quantos tombos você já levou e você mostra para mim, suas cicatrizes. Você fala: ‘’Dani, isso aqui, essa cicatriz aqui, foi isso que eu fiz e não deu certo ou deu’’.
RB: ‘’Eu já passei por isso’’.
DL: ‘’Eu já passei por isso, eu me arrependo’’ ou ‘’eu fiz ‘super’ certo’’.
Então, naquele momento, em que você está vivenciando, você fala: ‘’Poxa! Eu recomendaria isso para você.’’, mesmo que eu não concorde, eu vou ouvir. Porque eu confio naquele profissional, eu confio naquelas cicatrizes.
RB: E você chegou nesse momento.
DL: Isso!
RB: Oito anos… uma multinacional… ganhando muito bem… sendo valorizada… um ‘’busão’’ que andava, assim… surfava!
DL: Exatamente! E eu falei: ‘’E aí?’’. Eu precisei tomar uma decisão.
É, estava indo ‘’super’’ bem e falava: ‘’Gente, não é!’’.
Aí, olha que interessante! Meu primeiro contato com a escrita, foi lá atrás e eu escrevi um texto. Eu li a revista Você S/A e estava escrito, assim: ‘’Se você foi trainee, entre no site e nos conte como foi sua experiência’’. Eu nunca tinha feito um artigo, na vida. Nunca tinha escrito nada. Eu sentei e escrevi uma redação, de todo coração. Falei: ‘’Estou em uma empresa que eu adoro, uma empresa maravilhosa, que me deu todas as oportunidades do mundo, eu fui trainee, mas… eu não sei’’. Eu me sentia culpada porque parece que não estou sendo grata. Continuei: ‘’Mas me falta algo. Eu não consigo aplicar as coisas que eu estudei durante todo esse tempo’’.
RB: Deixa só eu fazer um parênteses. No começo do nosso papo, você me falou que a gente tem três carreiras, agora, seis e etc.. É legal ouvir isso de um mentor. Né?!
Porque se você compreende isso, que tudo bem você dar um stop nessa e ir para outra…
DL: Não tem nada de errado.
RB: É libertador isso. Né?!
DL: Gente, pensar que alguma coisa que você definiu é para todo sempre, isso é muito pesado.
RB: É cruel!
DL: É muito pesado…
RB: É ficar preso em uma decisão que a gente não tem argumentos, ainda, para tomar.
É igual escolher um caminho no escuro. Eu não sei, eu preciso trilhar para saber.
DL: Se não deu certo, a gente volta. Qual é o problema?
Qual é o problema de recomeçar? Qual é o problema, gente? Para tudo, na vida, para tudo…
RB: E aí? Você se viu nesse momento, achou o seu…
DL: Aí eu escrevi a redação! E a redação ficou ‘’super’’ legal, que o cara da revista, o editor da revista me ligou e falou: ‘’Daniela, a gente adorou. A gente quer fazer maior. A gente quer fazer uma matéria com você. Topa?’’, eu falei: ‘’Topo!’’.
Ele falou: ‘’Você vai contar como foi o seu programa de trainee, agora que você quer sair…’’. Aí eu dei a entrevista, tiraram uma foto e eu falei: ‘’Gente, e agora?’’.
RB: Agora ou eu saio ou saem comigo. Porque chegar lá no dia seguinte…
DL: E aí, foi tão interessante! ‘’O que é essa revista, aqui?’’
RB: ‘’Falar mal da gente…’’.
DL: É, então, na verdade, eu não falei mal. O nome da empresa foi preservado. Agora vocês sabem qual que é.
RB: Ah, entendi.
Um beijo para o chefe.
DL: Eu converso com os meus chefes, até hoje. Viu o que são as conexões, gente?
Um beijo para todos os meus ex
-chefes.
É tão louco porque a gente troca figurinha. Vários dos meus ex-chefes bateram um papo comigo e falaram dos processos de coaching. Gente, olha como as coisas viram! Isso é muito legal! Representa uma tamanha maturidade, para as pessoas verem que todo mundo pode aprender, se desenvolver e, sempre, a gente está em constante desenvolvimento. Então, é eu adoro. Sou ‘’super’’ grata a todos os chefes que eu já tive.
E aí, eu fiz e não falei nada para ninguém. ‘’Seja o que Deus quiser’’.
Porque no fundo, no fundo, sabe o que eu queria? Eu queria que alguém da Mercedes tivesse lido essa matéria e me demitido, porque, no fundo, eu já sabia que não era lá que eu queria, mas eu não tinha coragem. Não é tão mais fácil quando o outro toma a decisão pela gente?
Eu falo isso para as meninas, as alunas. ‘’Meninas, quantas vezes já namoraram um cara há mais tempo do que deveriam ter namorado?’’, a gente já sabe que não vai rolar. A gente fica: ‘’Ai, não tenho coragem… ai…’’.
RB: Se a gente pega um relacionamento, que tem bastante a ver com empresa, a pessoa começa a fazer algumas besteiras, inconscientemente, para que a outra pessoa descubra e demita ele desse relacionamento. Acontece isso dentro da empresa, também. Né?!
DL: Por exemplo, nos relacionamentos que as pessoas têm por aí, quantas traições acontecem.
RB: É, exatamente. Meu exemplo é disso.
DL: Ah, é disso?!
RB: Esse demitir é o romper que, na empresa, muitas vezes, a pessoa começa a ser mal inconscientemente para ser demitida.
DL: É, isso mesmo.
DL: É mais fácil quando o outro toma a decisão. ‘’Você que quis!’’. Aí, a pessoa fica brava com aquilo.
RB: Porque, também, dar um basta é trilhar um caminho novo e de novo, no escuro.
DL: E o novo assusta, mas o novo pode ser ótimo.
RB: Aí, você que se demitiu. ‘’Você viu esse artigo que interessante?’’, ‘’Olha que interessante esse artigo que saiu. Não sei quem foi, mas é bom você ler!’’.
DL: Ninguém leu a revista! Ninguém leu, ninguém me demitiu.
‘’Se eu sou você, eu leio esse negócio…’’.
Aí eu tive que tomar uma decisão. A revista me deu, de presente, o processo de coaching. É o que eu faço, hoje, profissionalmente. Na época, eu nem sabia o que isso queria dizer.
Eu fiz com a Rosana Rodrigues, que é uma grande amiga minha, hoje. Na época, ela foi minha coaching. Eu descobri no processo de coaching, eu fui uma coachee, quem passou pelo processo. É o que realmente eu queria. Eu queria estar com o público, dar aula, desenvolver pessoas. Eu tinha uma carreira em marketing e eu queria na área de RH.
Ali, eu tracei um plano de ação. O que eu precisaria estudar, qual era o caminho, quantos anos…
RB: Mas já era para ser palestrante?
DL: Não, ainda não. Eu queria isso, eu queria, mas eu nunca tinha feito nada.
RB: Mas era para que? Para aula… para qual lado?
DL: O processo do coaching, a gente desenvolve algo comportamental e, muitas vezes, é durante o processo que a gente destrava esse caminho.
RB: Entendi.
DL: Não, necessariamente, a pessoa que começa o processo do coaching, ela sempre tem uma meta, ela acha que é aquilo. Mas, às vezes, no meio do processo, ela descobre que não é aquilo, não. É uma outra coisa. Essa é a beleza do processo.
RB: E aí, chegou para você, algo.
DL: Chegou. E ali, eu vi que, em determinado momento, eu me programei financeiramente e teria que pedir demissão e começar um mestrado na área de comportamento, começar a carreira que estou, hoje. Foi exatamente o que eu fiz.
RB: E é recomeçar. Né, Dani?!
DL: Recomeçar.
Rafa, eu pedi demissão. Todo mundo, inclusive o meu pai, que foi um mentor para mim, até chegou e falou: ‘’Você é louca, você é louca! Como é que você vai sair de uma empresa como essa? Todo mundo quer o que você tem e você vai recomeçar. Você é louca!’’.
Eu não tive, na época, um apoio de ninguém. E, olha, essa é uma dica legal. Às vezes, as pessoas mais próximas a você, também, não vão te apoiar. E não é porque elas são cruéis, elas querem te proteger. Proteger do novo, da estrada escura. Entendeu? Elas não querem que você se decepcione.
RB: E, muitas vezes, as cicatrizes dessas pessoas foram… aconteceram…
DL: Isso! Ela escolheu um caminho, também, que não foi..
Ela fala: ‘’Meu Deus! Eu não quero que minha filha…’’. Você acha que um pai quer o mal?
RB: Não, imagina.
DL: Jamais.
RB: Eu vou te contar… meu pai, o barraco que ele armou quando eu saí da empresa que eu trabalhava.
DL: E fala: ‘’Eu vou fazer hipnose’’.
RB: Não, antes disso. Eu trabalhava na empresa Gradiente, como engenheiro. Eu saí para me juntar com dois amigos e fazer o nosso negocinho de informática, mas ia ser uma empresa minha e tudo mais. Eu e mais dois…
Meu pai falou: ‘’Você tá maluco! Gradiente, uma empresa sólida, está aí há tanto tempo…’’.
DL: É… como é que você vai largar?
RB: Realmente, é a cicatriz dele… que o momento era outro.
DL: Exato.
RB: Mas o problema é esse. O problema é que ele poderia ter estado certo, também. Pensa nisso!
DL: Claro!
RB: Ele podia. E aí?
DL: Gente, não existem garantias.
RB: Bom! Pera aí, Dani! O papo está bom! Estou adorando tudo que você está me falando até agora, mas vamos deixar o resto da entrevista para semana que vem. Pode ser?
DL: Pode, combinado.
RB: Tá. Rapidinho… para o pessoal te achar na internet… site.
DL: http://danieladolago.com.br/
Eu nas redes sociais, Instagram, Facebook: Daniela do Lago.
RB: Só procurar lá: Daniela do Lago.
DL: Daniela do Lago. Fácil!
RB: Muito bem!
Se você quer me achar nas redes sociais: https://rafaelbaltresca.com.br/inicio/
Tem Insta, tem YouTube, tem tudo lá, como: Rafael Baltresca. E este BalCast, ele é distribuído, principalmente, pelo: www.balcast.com.br
Nos vemos, então, na semana que vem, com a parte dois dessa entrevista que tá show de bola com a Dani.
DL: Boa!

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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