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BalCast #27 – Planejamento financeiro – Parte 2

Tempo de leitura: 9min

Hoje, você irá acompanhar a segunda parte do bate-papo que tive com meu amigo Álvaro Justen sobre grana, finanças e sobre esse monte de coisa legal que você já conferiu um pouco na semana passada (para rever a primeira parte da entrevista, clique aqui).

RB: Vamos lá, R$2.000,00 por mês é a grana que eu preciso para poder sobreviver. Uma dica que me deram e que foi fundamental para minha saúde financeira é a seguinte: pegue este número, o seu custo mensal, e multiplique por três. R$2.000,00 x 3 = R$.6000,00.  Comece, então, a trabalhar, comece a poupar para você ter este dinheiro guardado na poupança, em um investimento DI, sei lá, em qualquer lugar! Seja embaixo do colchão, mas tenha isso guardado porque, quando você tem três vezes de seu custo básico, seu custo médio, guardado, você respira. Por exemplo, imagine se você é demitido ou se a empresa onde você está trabalhando vai à falência ou se você precisa de um dinheiro para uma emergência médica, ou você quer dar um presente inusitado para uma pessoa em um momento “x”… sei lá. Aconteça o que acontecer, você tem 3 meses guardados. Para mim, estes 3 meses são significativos porque você pode começar um negócio novo, investir seu tempo nisso. Você pede demissão e, vamos supor que você tem 3 meses de seguro desemprego (chutando que você consiga isso) mais três meses que tinha guardado, são 6 meses para começar um negócio novo, uma vida nova. Então, ter três vezes o seu custo… pra mim é fenomenal.

Aconteceu, para mim, uma coisa legal, Álvaro… Quando eu consegui ter três vezes o meu custo, eu falei “por que não ter 6 vezes o meu custo?” Comecei a trabalhar, então, para isso. Poupava um pouquinho mais… Não estou falando que você tem que conseguir estes 3 meses de respiro em um minuto. Não é isso! Que demore um ano pra você poupar estes três meses, mas, quando você chegar nos três ou nos seis meses… Olha que maravilha você saber que tem 6 meses de custos guardado. Pode acontecer o que for que você tem um dinheiro para pegar e usar. Isso te dá uma tranquilidade… Não dá?

AJ: Dá uma tranquilidade absurda! Da mesma forma que quando eu me planejo jogo tudo na planilha e não preciso me preocupar com qual conta eu tenho que pagar porque já está lá contabilizado (eu tiro isso da minha cabeça), o fato de você já ter planejado, já ter essa reserva financeira (seja de 3 ou 6 meses), dá um alivio absurdo. Isso aconteceu comigo recentemente quando eu decidi estudar hipnose. Eu estava em uma empresa desenvolvendo software e decidi entrar de cabeça na hipnose. Falei: “vou dedicar uma boa parte do meu tempo para aprender isso e ganhar experiência, porque é uma coisa que estou curtindo pra caramba”. E, eventualmente, até comecei a trabalhar com isso fazendo terapia com hipnose. Eu fiz antes uma reserva de um ano, saí do trabalho, pedi demissão e fiquei um ano estudando e aprendendo. Até dei um ou outro curso ainda na área de tecnologia; não saí completamente da área, não parei, mas boa parte do meu tempo eu estava voltado para aprender hipnose. Nesse tempo, com essa oportunidade que tive, eu vejo que tem pessoas que vão levar às vezes 3 ou 4 anos para ter essa experiência… Eu fui a congressos, conheci um monte de gente, acredito que as pessoas mais influentes em hipnose no Brasil eu já conheço e tudo porque tive essa oportunidade de abrir mão de outros trabalhos para viver nessa reserva, fazendo o que eu queria. Isso, inclusive, me proporcionou uma nova fonte de renda. Não que a reserva precise ser usada para isso necessariamente. Se você é um empreendedor, é fundamental ter uma reserva porque a sua empresa não necessariamente vai dar lucro no primeiro nem no segundo mês e nem no terceiro.

RB: Isso me lembra até uma metáfora da qual gosto bastante e que diz o seguinte: quando o seu carro está na reserva, com a gasolina esgoelando, já apareceu a luz vermelha, verde, azul, violeta… quando você está na reserva, coloca onde a gasolina? No primeiro posto que aparece. Não importa se o litro da gasolina está R$3,50, R$7,00 ou R$15,00. Você vai colocar! Quando você está na reserva de grana é a mesma coisa. Ao contrário de quando você está como tanque cheio… você espera achar um posto mais para frente ou então em outra cidade, em um posto mais em conta. Acontece a mesma coisa quando você está com grana e pode escolher, por exemplo, pagar à vista. Em muitas coisas que você paga à vista consegue 5 ou 10% de desconto. Isso é melhor do que você parcelar algo em 10x e pagar juros absurdos. Quando você tem grana guardada, você aproveita melhor as oportunidades e a médio e longo prazo isso tem um reflexo brutal nestes pouquinhos que vamos economizando.

AJ: A questão do “à vista” é impressionante; eu mesmo sempre faço isso. Quando vou comprar alguma coisa, pergunto quanto tenho de desconto se pagar na hora. E é uma coisa que em geral as pessoas não tem muita noção, mas se for colocar na ponta do lápis, já tiveram produtos  que eu praticamente consegui 40% de desconto pagando à vista.

RB: É legal isso porque podemos ver o outro lado, né? Se quem está perdendo, está apertado. Então, ele vai aceitar 10% ou até 30% de desconto. Você negocia muito melhor quando você tem este poder.

AJ: Bom, recapitulando…

RB: Já falamos sobre poupar, colocar os gastos no papel… O que mais?

AJ: Monitorar os gastos, tem que gastar menos do que ganha, tem que fazer uma estimativa anual dos custos e tudo o mais. Com relação à reserva, tem outra coisa que eu preciso falar que é o seguinte (embora cada autor citará uma coisa diferente): tentar manter o nível de gastos em metade do que ganha. Claro que isso precisa estar dentro da sua realidade e adaptado. Eu tento manter metade do que eu ganho e, da outra metade, parte vai para reserva (eu vou guardando, por exemplo, para ter 6 meses de tranquilidade) e o restante eu invisto. Então, é uma grana que vai para reserva pensando em meu futuro, por exemplo, uma aposentadoria… Ou para alguma coisa mais cara que eventualmente eu queira comprar à vista para obter mais desconto e não vai dar para comprar com o salário de um mês. Acho importante, então, ter essa divisão e uma coisa que eu tento fazer sempre e que é uma dica bem legal. Pense que a reserva é como um dízimo que você paga pra você mesmo no futuro. E a primeira coisa que você tem que fazer é pagar esse dízimo; é a conta mais importante que você tem que pagar. Entrou o dinheiro na conta de seu salário, já tire o dízimo. Você vai trabalhar com aquilo que sobrou e é o que terá para se virar no mês.

RB: Mais inteligente do que ver no final do mês o que sobrou, né? Porque nunca sobra.

AJ: Existem vários estudos com relação ao uso de recursos e tem até mais estudos com relação uso e gerenciamento do tempo e não necessariamente de dinheiro, mas enfim… Se eu te dou uma tarefa para fazer e digo que ela tem que ser feita em 3 dias, eventualmente você irá faze-la em 3 dias. Se eu peço para fazer em 1 dia, pode ser que você faça. O que acontece: a gente tende a usar o tempo que temos para fazer aquilo e com o dinheiro
é a mesma coisa. Aquela tarefa de 3 dias pode ser que você enrole no primeiro, comece a fazer no segundo e termine no terceiro. Mas se eu te der 1 dia, você vai fazer porque tem essa capacidade. Deixar para o fim do mês o que sobrar, a não ser que você ganhe muito dinheiro e gaste muito pouco… mas normalmente não sobra.

RB: Quer dizer, entrou a grana, já reserva para aquele investimento, ou poupancinha de que tínhamos falado, e o resto é para pagar contas. Se sobrar um pouquinho também, jogue para lá de novo.

Bom, este foi mais um trechinho de tudo o que rolou em minha conversa com o Álvaro Justen e espero que você esteja curtindo as dicas sobre planejamento financeiro. Como você já sabe, para conferir na íntegra toda a entrevista, é só assistir ao vídeo que está no topo da página ou clicar no player de áudio.

Para encerrar, deixo um pensamento de Gustavo Cerbasi que diz o seguinte (embora não com estas palavras): faça seus investimentos, pense neste planejamento, mas, depois de um tempo, comece a separar um pouco disso tudo para você curtir, viver. Porque muita gente acaba caindo na ideia de só guardar, guardar, poupar… e fica até doente, esquecendo-se de curtir e aproveitar com a família.

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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