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BalCast #36 – Entrevista com Marcelinho Carioca – Parte 1

Tempo de leitura: 7min

Recentemente, aconteceu uma coisa bem inusitada… Há um mês e meio, mais ou menos, recebi um e-mail da assessora do Marcelinho Carioca falando que ele queria bater um papo comigo. Fiquei pensando: “Como assim o Marcelinho Carioca quer falar comigo?” Bom, eu não sou muito ligado em futebol, mas obviamente que eu o conheço e toda a minha equipe também ficou animada com este contato. Foi quando descobrimos que ele estava fazendo um trabalho da faculdade sobre hipnose.

Por essa razão, acabamos nos encontrando e gravamos a entrevista que você confere abaixo:

RB: Se eu ficasse te perguntando sobre a sua carreira, não teria muita graça porque todo mundo já te conhece. Então, eu quero falar de um outro Marcelinho que pouca gente conhece: o Marcelinho empreendedor, que pensa fora da caixa e que resolveu, depois de ter sucesso, conquistado fama e um monte de coisas como um atleta, buscar esse outro lado. Normalmente, não é assim, a pessoa precisa primeiro quebrar a cara em um ramo para começar a pensar em outro. Fale-me, então, um pouco como foi essa transição para a comunicação. Você faz faculdade de Jornalismo e Comunicação, é isso?

MC: Primeiro, a assessora entrou em contato com você porque falar de hipnose… você é referência do assunto no Brasil. Eu já estou no oitavo semestre de Jornalismo, já terminaremos a faculdade ali no final do ano e o TCC, a entrega do trabalho de conclusão de curso, tem todas as segundas-feiras uma supervisão, um acompanhamento para entrega… A Professora e Doutora Patricia Rangel falou “Vamos fazer sobre hipnose” e eu pensei: “Que doidera! Ah, não tô muito a fim de entrar não, não quero fazer…” Aí, o Gabriel e a Carol, que são colegas de classe, falaram: “Vamos fazer, será muito legal, vocês vão gostar e nós temos o bambambam da hipnose que é o Rafael Baltresca e já vamos gravar…” Então, surgiu isso tudo e o primeiro contato com você foi sensacional, maravilhoso, brilhante, curiosidades aguçadas…

RB: E logo o seu vídeo estará no ar e vamos publicá-lo também aqui pra galera…

MC: Exato! São 4 capítulos no YouTube de 8 minutos com os hipnólogos entrevistados. Foi show de bola! Com relação à sua pergunta, eu acho que chegou o momento de devolver para a sociedade tudo aquilo que ela proporcionou pra mim. Você imagina, sou filho de um gari, um lixeiro, com muito orgulho… filho de “seu” Adilson, do bairro de Sulacap no Rio de Janeiro, e de uma mãe do lar, minha saudosa mãe que hoje está com Papai do Céu, dona Sueli, que criaram os 3 filhos na luta, com disposição e perseverança. Faltava, às vezes, uma melhor comida ou roupa, mas o que não faltaram foram os princípios de vida e educação; a base familiar! Isso eu tive muito. Então, desde molequinho, eu tinha a vontade e a ideia de me tornar um atleta, um jogador de futebol.

RB: Pra mim, a base é até mais importante do que o resultado. Você foi uma das poucas pessoas com quem a gente entrou em contato e que retomou. A gente tentou fazer uma gravação em um dia, aí você me ligou falando que não iria poder porque tinha surgido um imprevisto e nesse dia eu falei pra minha equipe “Eu acho que ele não volta porque o Marcelinho é um cara famoso, conhecido, está cheio de coisa para fazer… eu acho que ele vai dar um cano na gente.” E todo mundo concordou. Depois, em menos de uma semana, você me mandou uma mensagem dizendo: “Rafa, segunda-feira dá pra gente gravar?” E você voltou, chegou no horário, a gente foi tomar café… Nas pequenas ações, como você lavar a sua própria louça, que não precisava, a gente começa a ver o seu caráter, Marcelinho. É o que você falou: independente do trabalho dos seus pais, não é isso o que eles eram pra sociedade, mas o que eram pra família e como gente e que formou você. Então, desde moleque você falou “Quero jogar futebol”?

MC: Você é um cara muito perceptivo, que observa bastante e eu sou assim também. A galera acha que muita gente tem uma visão periférica e a gente tem uma visão geográfica de estar observando tudo. A humildade precede a honra e a soberba precede a queda. Então, não é porque você tem fama, sucesso que vai mudar ou trocar suas amizades, perder a sua base, nada! Você não vai levar nada desse mundo. Todo o dinheiro que eu ganhei na minha vida e toda  fama que eu conquistei, não sozinho, mas com a ajuda de todos os treinadores com quem trabalhei, atletas e companheiros de profissão de todos os clubes por onde passei e construíram junto comigo, eu não consegui salvar a vida da minha mãe com todo o dinheiro que eu ganhei. Ela contraiu um câncer por tabagismo, mas você vê que, mesmo colocando nos melhores hospitais, a sua fama e seu dinheiro não revertem uma situação. Mas foi uma mãe brilhante e maravilhosa. Voltando ali, eu comecei jogando desde pequeno no Madureira Esporte Clube  por 7 anos, aos sábados, e aos domingos eu vendia para o colégio refrigerante e salgados em todas as praias do Rio de Janeiro para ter um dinheiro e poder comer uma coisa diferente em um domingo.

RB: Quantos anos você tinha?

MC: Ah, uns 10 ou 12 anos. Eu era da escolinha do Madureira e de repente a vida da uma virada de 180°. Com 14 anos, o Flamengo me contrata e me levou para lá, me tirando do Madureira que só queria me vender. Aí o Flamengo me deu escola, plano odontológico, plano médico, cesta básica na minha casa, porque viu que realmente a nossa condição era precária… mas o Flamengo cuidou do jovem e do adolescente e não sabia que esse jovem poderia se tornar um atleta profissional. Daqui a pouco eu venho para o Corinthians, que é minha história, minha vida e meu amor. Desço na Rua São Jorge, nº 777, no Tatuapé, em dezembro de 1993 e o Corinthians me lançou não só para o Brasil, mas para o mundo.

Que história!!! E este é só um pequeno trecho do nosso bate-papo sobre carreira, empreendedorismo, hipnose… Bom, para conferir tudo o que rolou nessa primeira parte da entrevista com o grande Marcelinho Carioca, assista ao vídeo lá do início do post ou clique no player de áudio que está no topo da página. 

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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