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BalCast #8 – Entrevista com Ricardo Ventura

Tempo de  leitura: 10,5min

Hoje, você irá conferir uma entrevista super legal que realizei com um especialista na área de treinamentos e comportamento humano: estou falando do meu grande amigo Ricardo Ventura. 

Em nosso bate-papo, discutimos sobre transformações e mudanças, dentre outros assuntos importantes para você turbinar seus negócios, alavancar a sua carreira profissional, ou mesmo dar aquela virada em sua vida!

Para quem não conhece o Ricardo Ventura, sua trajetória profissional inicia-se com a “fuga” de seu pai junto à amante, deixando como herança para Ricardo uma loja falida e abandonada para ele assumir. Com 100mil dólares em dívidas, 800 títulos protestados e um faturamento de 20mil para dar conta de tudo isso, fora o estoque defasado e nenhum dinheiro em caixa, Ricardo assume a bucha do pai aventureiro.

De imediato, a única coisa que Ricardo poderia fazer com seu negócio era potencializar o atendimento pessoal. Ricardo virou obrigatoriamente e de forma compulsória um treinador. Ele não escolheu isso para si, embora já estivesse fazendo faculdade de administração na época. Na verdade, aquelas histórias de Taylor, Fayol, métodos e processos que via na faculdade não adiantariam muito se ele não melhorasse o atendimento de sua equipe. Para isso, seria necessário pegar aqueles que já sabiam muito (e ele tinha à disposição funcionários cujo tempo de experiência era igual ao seu tempo de vida) e modelá-los para que ensinassem os demais.

Com o tempo e seguindo dessa forma, Ricardo foi consertando a sua loja, acertando com os seus fornecedores, mesmo porque aquilo era seu único ganha-pão no momento e ele havia passado para a função de arrimo de família. Ricardo estava com 20 anos e, a partir daí, tornou-se um treinador.

Após alguns anos e por falar muito sobre Programação Neurolinguística, hipnose, transformação e crenças, as pessoas começaram a sugerir que Ricardo fizesse palestras. “Eu não acreditava muito, era o cara mais cético em relação a palestras. Achava que palestra não transformava pessoas, que palestra era só show. Até que um cara me falou: “Eu quero que você coloque este conteúdo em 1h de palestra”. Não dava! Eu dou um treinamento de 8h sobre isso… Estava lançado o meu desafio.”

Ricardo fez, então, a tal palestra e realmente teve bons resultados, tanto que as pessoas começaram a chamá-lo para isso. Aquilo que inicialmente era motivado pelo empírico, que foi aceito por uma obrigação e até mesmo para ele continuar não acreditando, começou a ser vendido. “Meu primeiro cachê foi de R$500,00 em boné. Eu já estava me achando o máximo. Ofereci para meu primeiro trabalho R$2.000,00, mas recebi essa contraproposta de R$500,00 em boné. Não pensei duas vezes; topei na hora!”

Ricardo começou a palestrar e dar treinamentos para seus amigos a princípio, até que chegou um momento em que os amigos acabaram e não tinha mais para quem fazer.  Colocou, então, um site no ar para divulgar este seu serviço, mas ainda com muito medo, e começaram a surgir pessoas para o seu treinamento.

“O meu primeiro treinamento pago, somente com estranhos na sala, tirou o meu sono. Eu pensava: meu Deus, pessoas estão pagando para ouvir o que eu falo! O que é isso? Que loucura é essa? E essa brincadeira já tem mais de 10 anos.”

RB: Falando em transformação, tenho certeza de que se eu te perguntar se foi legal teu pai ter feito isso com você, imagino que diga “depende”, pois o lado profissional Ricardo Ventura teve um amadurecimento… É isso mesmo?

RV: Veja que legal: a gente vê muitas pessoas se queixando dos dissabores que a vida traz, mas se meu pai não tivesse largado a família e tal, eu seria o que sou hoje? Muito provavelmente não. Só que o mundo, o universo, a vida acontecem sobre o caos e a ordem. Tudo destrói para reconstruir! Os dinossauros tiveram que acabar para um mamiferozinho começar a sobressair até chegar a nós. O universo tem buracos negros para dar explosões e novas estrelas. A vida é assim, o universo é assim. Então, nós somos reflexos do universo: é caos e ordem o tempo inteiro.

RB: Mas o problema é você identificar isso com 20 anos, né?

RV: Ah, mas não identifiquei mesmo. Chorei muito sozinho no banheiro.

RB: Vamos começar falando de transformação de fato. Aquele cara que fala “minha vida está um inferno, não aguento mais o trabalho que me dão, não aguento mais nada, quero mudar de vida, mudar meu mundo”, mas ao mesmo tempo ele olha para si, para dentro, e fala “para onde eu vou?”. Como uma pessoa que só conhece o próprio quartinho, só a vida dela, uma pessoa que nunca viajou, nunca testou novas coisas, consegue dar o primeiro passo para se transformar? Porque nem todo mundo tem a sorte de ter uma porrada como você teve, de o pai abandonar ou o chefe mandar embora, de dar um terremoto e o negócio dela ir para baixo. Estou falando sorte porque, às vezes, a vida dá uma porrada na gente e depois vemos que é sorte mesmo e que legal que aconteceu!! Tem gente que não tem esse estrondo na vida… E aí, como eu saio do marasmo, do convencional, como dar um passo para a transformação?

RV: É obvio que qualquer pessoa que sofra uma perda, seja ela qual for (financeira, amorosa, sentimental, de vida), com todo o direito vai ficar triste, terá o seu luto, vai ter sua dor, o momento de choro e é bom ter isso, externizar o sentimento e viver um momento de “eu sou coitadinho”. Temos que parar com aquele negócio de sempre rir, estar sempre para cima. O ser humano faz parte de ciclos, tem o seu momento de depressão, do cocô do cavalo do bandido, mas isso não pode durar mais do que alguns minutos ou no máximo alguns dias. Depois, você tem que levantar e fazer! Agora, vamos pegar aquele cara que nunca tomou uma porrada da vida e fala “eu quero, mas não tomei porrada.” Legal, o que você tem que fazer, amigão? Primeiro, você quer isso de fato, quer de verdade? Eu gosto de fazer 3 perguntas para as pessoas que querem ser transformadoras, ou querem mudar outras pessoas. Acho que este seria o foco, né? Transformar… Então, a primeira pergunta é: você quer isso de fato, você abdicaria de horas de lazer, de finais de semana, de horas ao sol na praia, do pagode, para estudar, exercitar e treinar isso? Se sim, você está no caminho certo. Se você tem dúvidas, está no caminho errado. Porque quando você faz algo que te dá muito tesão, muita paixão, você não vê  limites entre diversão e trabalho. Você não sabe onde começa a OBRIGATORIEDADE de assistir a um vídeo ou ler um livro e a VONTADE de buscar aquele livro para apreciar ou aquele vídeo para assistir. Então, enquanto você ainda tem essa dúvida de não saber ao certo se estuda ou se vai para a praia, você não quer isso.

RB: E também não está errado, né? Porque muita gente fica nessa neura, às vezes, de ter que mudar o mundo, tem que ser… e o cara não quer! Na verdade, ele só quer continuar como está e ok, que continue assim.

RV: Sim! Mas vamos descer para um pouco menos… Digamos que ele quer apenas mudar a própria vida, transformar somente a si e mais ninguém. Então, o que tem quer fazer para que isso aconteça? Uma das coisas é modelar. Pense assim, que vida você gostaria de ter? Lembrando que hoje vivemos no “Fantástico mundo de Bob”: você entra no Facebook, no Instagram, e aquelas pessoas só postam coisas legais. Você é bombardeado de momentos legais de várias pessoas o tempo todo, então parece que o mundo é legal! Parece que a todo minuto as pessoas estão festejando. O problema é que se você pegar uma única pessoa ali do Instagram ou Facebook e vir a vida dela de fato, fora das redes, descobrirá que a vida dela é completamente diferente daquilo que ela posta.

RB: Igua
l à sua, né? Com problemas, coisas boas, transtornos, felicidades…

RV: Exatamente! Com contas para pagar, enganação, rasteiras, cagadas que você faz, muita besteira que você fala “meu Deus, o que eu fiz?”. Então, isso é vida normal. Mas, voltando ao assunto “eu queria ter uma vida diferente”. Qual é a pessoa que você quer modelar? Modelar é copiar, se inspirar, tentar trazer para você um pouquinho daquilo que a pessoa faz. Perceba o que essa pessoa tem, o que ela é e comece a agir igual. Se o cara é mais extrovertido, o que uma pessoa extrovertida faz? Ela frequenta mais lugares públicos, conversa mais com outras pessoas? Quer ver uma coisa legal que faço sempre em meus treinamentos, principalmente quando a pessoa diz assim: “ah, eu sou muito tímido”… Eu falo: “Você vai ter agora, na hora do almoço, uma tarefa para fazer que é sair na rua e falar com 10 pessoas estranhas para perguntar coisas normais. Por exemplo: “Por favor, onde fica a Haddock Lobo? Você poderia me ajudar, de maneira resumida, a chegar lá?”. Depois, chegue para outra pessoa e fale: “olha estou com uma dificuldade enorme em entender como eu faço para chegar em tal lugar” ou “você me indica um lugar para comer, eu sou novo aqui em São Paulo”. Chegue para outra pessoa e diga: “queria conhecer gente, onde você me indica para paquerar?”. Então, faça perguntas para puxar papo.” Quando a pessoa volta, ela fala “meu Deus, eu falei com 10 pessoas estranhas!” Está vendo como a coisa não morde, não machuca? Você consegue ser uma pessoa extrovertida, uma pessoa pró-ativa.

Acho muito legal essa ideia de modelagem do Ricardo, porque você parte de um ponto real e não de algo ilusório. Quando você fala “eu gostaria de ser mais feliz, gostaria de ser mais interessante…” o que é isso, não é mesmo? Se você não consegue pegar ou medir algo, é um pouco complicado de chegar lá.

Bom, além dessa questão da transformação e da modelagem, o Ricardo apresentou sua visão e seus conhecimentos sobre outros pontos super interessantes ligados ao mundo dos negócios e melhorias para a vida profissional e pessoal. Nesta publicação, selecionei apenas um pedacinho de tudo o que rolou em nosso bate-papo.

Ouça a entrevista completa com Ricardo Ventura clicando no player que está no início da página.

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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