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BalCast #7 – Entrevista com Leila Navarro

Tempo de leitura: 10,5min

Sabe aquela pessoa que te dá o empurrão que faltava para sua carreira entrar definitivamente no caminho certo? Isso aconteceu comigo também há alguns anos e quem me deu essa balançada foi a poderosa Leila Navarro. O chacoalhão dela fez com que eu mudasse o rumo da minha vida profissional e, por isso, na publicação de hoje, posso dizer que te trago um presente.
Você irá conferir na íntegra o bate-papo que tive com a Leila em uma gravação para o BalCast, o meu podcast sobre automotivação, carreira, sucesso, protagonismo, felicidade e tudo o que me vier de ideias.

Para quem não conhece a Leila, ela é palestrante há 20 anos e considera essa profissão a sua quarta carreira. Ser palestrante é como ser uma artista, segundo a Leila, que brinca dizendo que se considera como uma Madonna ou Lady Gaga do mundo do autoconhecimento e do comportamento humano.

Para Leila, ser palestrante foi um grande achado em sua vida, porque ela mantém um centro profissional, mas o amplia, sem desfocar, para passar mais conteúdos: ela escreve livros, tem um canal no YouTube, faz programas de rádio, televisão, etc. Leila destacou duas frases sobre isso:

• “Ser palestrante é ter uma eterna disciplina com a vida.”: primeiro porque você é autônomo, dono do seu negócio. Por isso, ou você enlouquece e acaba perdendo o fio da meada, ou procura mante a disciplina.

• “Ser palestrante faz de mim uma pessoa cada vez melhor.”: Leila afirma que só pode ser no palco aquilo que ela realmente é. “Eu preciso investir muito no meu desenvolvimento como ser humano e como pessoa para no palco aquilo poder iluminar, crescer e eu atingir as pessoas. Não dá para ser fake! O palestrante não é um ator; ele está sendo ele mesmo. É claro que se trata apenas de uma parte de tudo o que pode ser, mas é a parte que ele escolhe para passar às pessoas e que fica grande dentro de si, ampliado, iluminado.”

Gosto bastante quando a Leila fala sobre disciplina, porque estamos em um momento que alguns chamam de crise, outros de transformação, um momento incerto, porém, é o mais propício para que as pessoas comecem a ser empreendedoras, independentemente de onde estejam e atuem. Se você é uma dona de casa, se trabalha para alguém ou se tem um negócio, tanto faz. Assim como o palestrante, que tem que ser um empreendedor 100% do tempo, é preciso repensar, repensar e repensar. Eu sempre provoco as pessoas para saber o que estão fazendo além do que os outros pedem para ela fazer.

RB: Em sua opinião, Leila, como a gente se livra desse bicho, essa praga chamada comodismo?
LN: Isso é uma coisa que tenho pesquisado bastante e com a qual brinco também. Digo que estamos vivendo num mar de oportunidades, um oceano de possibilidades, porque existem dois mundos: o presencial e o virtual, que caminham juntos. Porém, estamos também em um universo de incertezas. Quem não souber lidar com as incertezas, que mude de planeta porque não está sabendo lidar, não está entendendo o que é viver no planeta Terra do século XXI.

Acho que temos que aprender a lidar com as incertezas. A coisa com que as pessoas mais se incomodam é isso: não saber lidar com o incerto. Eu acho que a certeza nos traz um comodismo e nós fomos educados para esse comodismo. Quando acontece algo que foge do que você esperava, parece que o mundo acabou, a pessoa se perde totalmente. Será que não deveríamos educar as pessoas para as incertezas, pois são as coisas mais reais que podem acontecer? É algo natural, como furar um pneu! Eu brinco em minhas palestras perguntando a quem está de carro se eles têm 100% de certeza de que, ao saírem de lá, encontrarão o carro do lado de fora. Um monte de gente levanta a mão, mas eu digo que são loucos porque, se tivessem essa certeza, não pagariam seguro. Por que existe seguro, não é? Justamente para nos garantir algo, dar uma certeza pra gente de alguma coisa e que, se eu perder isso, eu me garanto. Enfim, é a nossa mentalidade de não perder nada…

RB: Acho que escola tem uma certa culpa, pois fomos doutrinados por ela a pensar que tudo acontece assim certinho… Só que, quando saímos para o mundo, é o contrário, tudo bagunçado. Aproveitando esse papo, vou te fazer uma pergunta sobre algo que me pega neste assunto de incertezas. Estava vindo para cá hoje e no farol tinha um rapaz com uma placa dizendo: “me ajude, me dê dinheiro para eu comer”. Estava escrito exatamente isso e o rapaz não tinha nada, era saudável. A pergunta é: para a pessoa que vive nesta bolha e que não enxerga as possibilidades, vive em um comodismo (e não precisa só ser alguém que está na rua, mas até mesmo em casa), será que dá para se automotivar, chacoalhar a sua própria vida?

LN: Quando você vê seu filho com fome em casa, isso deveria ser um motivo para você fazer coxinha e sair para vender, limpar o prédio do vizinho, oferecer alguma coisa para sobreviver, ganhar um dinheiro e tentar se sustentar. Acontece que tem pessoas que não sabem como fazer isso e que, diante de uma coisa dessas, parece que trava o cérebro e precisa de uma ajuda externa. Eu entendo que tem pessoas que sejam assim talvez porque não tiveram uma educação, um preparo. Hoje em dia, estamos trazendo cada vez mais uma educação para o empreendedorismo aqui no Brasil. Acho lindo quando a pessoa já nasce com aquilo de ser um empreendedor, mas tenho visto um movimento crescente em vários estados para ensinar a criança a fazer empreendedorismo desde o Ensino Médio. Fico super entusiasmada porque a criança vai aprendendo já desde cedo a lidar com essa situação e a tirar leite de pedra, como dizia meu pai. Eu acho que temos que aprender a fazer isso: tirar leite de pedra!

Tem um exemplo que eu sempre gosto de dar em minhas palestras. Você lembra aquele filme O Impossível, sobre uma família italiana que vai para a Tailândia? Eles se preparam, pagam o resort e tal, e, quando chegam lá, vem um tsunami. A mulher fala: “Não, isso não estava na programação. Tirem esse tsunami daí!” Mas não adianta, ninguém esperava que viesse um tsunami, e, quando ele vem, nem saber nadar adianta. O que quero dizer é que antes o movimento era outro, as coisas eram mais certas, o mundo era mais lento. Hoje, as coisas estão muito mais conectadas e acontecem em outra velocidade. Quando acontecem essas coisas, essas tiradas como um tsunami, nem saber nadar adianta.

O que eu vejo é que estão aparecendo situações tão novas que tudo o que a gente sabe não serve como referência. Precisamos nos reinventar, criar. Acho que a incerteza provoca isso: uma criação. No filme, a mulher se protege para ver a onda enorme e depois ela precisa subir para tentar sobreviver. Só que, quando ela percebe que está viva, tenta ajudar outras pessoas também. Na vida é assim, quando percebemos que estamos vivos, procuramos por outras pessoas para que juntos possamos nos resolver. No momento em que vivemos no planeta Terra, sozinho ninguém faz nada. Se você está desesperado, ao invés de pegar uma plaquinha e sair para rua, tente se unir a pessoas que estão passando pela mesma questão que a sua, porque sempre tem um com uma ideia boa e que sabe como ajudar a gente. Mesmo que estejam ambos desesperados… dois já encontram um caminho mais fácil. É fato que em alguns momentos ficamos sem ação, por isso junte-se aos seus pares para trocar ideias, se apoiar, perceber que não está sozinho.

RB: Acho isso muito legal, pois algo que falamos muito em palestras de automotivação é buscar dentro de nós todo esse suporte, mas às vezes é legal pegar um par e falar “vamos juntos fazer acontecer”.

Bom, a minha última pergunta agora… Uma pessoa próxima, amiga, casada há mais de 30 anos, descobriu que o marido tinha outra pessoa e, do n
ada, esse marido abandou a família para ir viver com a tal pessoa, deixando dois filhos grandes já. Essa minha amiga, hoje, está inconformada; ela não tem ideia por que tudo isso aconteceu… e às vezes vem esses tsunamis, né? Também me lembrei de outro papo que tivemos antes da entrevista em que você disse que às vezes perde é ganhar. Esse saber perder, você acha que vem com a vida?

LN: Quando se esta perdendo uma coisa na vida, e vamos falar dessa mulher, é muito interessante… Porque, quando você começa a entender o que é a vida, começa a perceber que tudo está acontecendo assim porque tinha que acontecer. Isso tinha que acabar… Eu também terminei um relacionamento há pouco tempo e descobri que eu aprendi, ele aprendeu e nós nos desprendemos. A vida é assim: um aprendizado, uma escola. Quando a lição acaba, tem que ter um jeito de acabar isso! Às vezes, até percebemos que tínhamos que acabar aquilo, mas não conseguimos colocar um ponto final, mas alguém precisa colocar este ponto final. Porque assim você vai para uma outra experiência, outro conhecimento, uma outra oportunidade. Na hora em que alguma coisa sair da sua vida, você vai ter mais tempo, mais disposição, percepção, experiência, outro olhar para começar outras coisas.

Olhe o feijão bom! Quando escolhemos feijão, separamos o bom do ruim, não? Tem tanto o feijão bom quanto o ruim ali. Mas se você ficar olhando o feijão ruim que vai jogar no lixo, você vai deixar de ver um monte de feijão bom. Em todas as situações existem coisas boas e ruins. Não olhe para a coisa ruim, pois o que foi já foi, o que acabou, acabou, e o outro tem liberdade de querer outra história; não é culpa de ninguém. As pessoas são livres para escolherem o que quiserem! Então, se você ama essa pessoa, tem que permitir que ela vá viver a história dela, sabendo também que não acabou a SUA vida. Você vai encontrar outras oportunidades, vai descobrir outras coisas, vai ver como você é muito maior do que imaginava.

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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