PHONE NUMBER :

+01 (977) 2599 12

EMAIL ADDRESS :

[email protected]

Pesquisar
Close this search box.

Malditos hábitos

Enquanto dirijo-me ao hotel, elogio a cidade de Curitiba ao condutor: que limpeza, que organização!

Ele retruca dizendo que sempre escuta isso dos viajantes. Normal.

Quase no mesmo instante, o vidro do carro ao lado desce, um braço peludo sai e uma bituca de cigarro é lançada ao chão.

Porco! Mal educado! Nojento! Ah, que vontade de gritar tudo isso e muito mais. Onde já se viu? Na sua própria cidade, a extensão da sua casa.

Tá bom, tá bom… essa é reação que muitos de nós teríamos, mas, guardemos nossos instintos e lancemos mão de nossa consciência para analisar este fato.

É difícil acreditar que alguém abriria a janela do carro com a intenção de sujar o mundo. Jogar o lixo no lixo do carro seria muito menos trabalhoso do que atirá-lo à rua. Se não é preguiça, o que é então?

Não tenho dúvida que seja o poder do hábito. Um hábito que nos hipnotiza. Que nos paraliza e nos impede de discernir o que é certo do que é errado.

Hipnotizados pelo hábito, bituca de cigarro não é lixo. É bituca. E, na mente de quem faz isso há muito tempo, há uma espécie de desconexão da bituca com o lixo. Como se, também, a rua fosse feita para isso mesmo. Rua é rua. E o lixo é limpado automaticamente.. sei lá.

Todo hábito cega. O mesmo hábito que te faz prender o cachorro em uma corrente por horas ao lado do portão. O mesmo hábito que te faz humilhar sua esposa sem remorso, sem dor na consciência. Normal. Sempre foi assim. Por que seria diferente?

Não tiro a culpa daquele motorista. Claro que não. Mas compreendo que esse comportamento é praticamente invisível para o condutor que falava ao celular, enquanto sujava a rua bonita. Hábito também.

Malditos e benditos hábitos. Benditos quando é hábito dar bom dia pra gente mais pobre que você, porque virou hábito enxergá-las como pessoas. Culpa da sua mãe que tinha o mesmo hábito. Maldito quando o fim deteriora alguma coisa. A sociedade, o planeta, o cachorro, você.

Solução? Trazer à consciência o maior número de ações habituais, perguntando alguns “por quê?” e outros “por que não?”.

Estou certo de que para algumas pessoas, este texto não mudará nada em suas vidas. Afinal, o que fazem já virou hábito.

Ainda bem que existem as outras que permitem-se mudar; por força do hábito, claro.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest
SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

ÚLTIMOS EVENTOS
PALESTRAS PRESENCIAIS E ONLINE