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Eu não quero quebrar paradigmas. E daí?

Quebrar ou não paradigmas não é o objetivo principal e sim o caminho para alcançá-lo.
 

Há algum tempo eu assisti a uma palestra na qual o apresentador afirmava eufórico: “Devemos quebrar nossos paradigmas, deixar de fazer as mesmas coisas, sair da mesmice, nos reinventar. Se você é tímido, deixe a timidez para trás e procure uma aula de canto, de dança de salão, mexa-se…” Fiquei fascinado com tanta empolgação. Quanta energia! Confesso que saí daquele evento a mil por hora. Numa rápida retrospectiva da minha vida, pensei em mudar diversas coisas e partir para novidades – até trocar de namorada passou pela minha cabeça. Ainda bem que segurei a decisão até ser convidado para assistir a outra palestra. Nessa ocasião, o palestrante sereno, mais “zen”, dizia: “Devemos quebrar nossos paradigmas, deixar de ser tão expansivo e elétrico, assumir uma postura mais introspectiva, conhecer o nosso eu. Vamos aprender a focar mais em nosso íntimo, nossa essência…”.

Saí dessa palestra em conflito – que rumo tomar? Quebrar paradigmas e buscar uma vida mais agitada e expansiva ou deixar de ser tão elétrico e me matricular num curso de meditação? Diante desse impasse decidi pensar melhor no que eu realmente desejava para a minha vida, minha carreira, meus relacionamentos e, num emaranhado de questionamentos me deparei com uma questão importante: eu realmente devo quebrar meus paradigmas? Onde está escrito que esse é o caminho correto? Não passou muito tempo para eu chegar à conclusão de que eu não quero quebrar paradigmas, e daí?

Somente alguns anos depois eu compreendi o real significado do termo “paradigma”. Diferente do que normalmente escutamos e somos orientados, eles não nasceram para ser necessariamente quebrados. Passei a ter uma vida muito mais centrada quando decidi colocar de lado o senso comum sobre “quebra de paradigmas” e passei a enxergar de outra forma o que poderia ser realmente benéfico. Cheguei à conclusão de que, às vezes, o melhor é ficar “cada um no seu quadrado”. Com essas conclusões não pretendo dar mérito para um ou outro comentário e sim direcionar para que cada pessoa reflita qual deve ser seu verdadeiro posicionamento, sem se deixar envolver pela extrema euforia ou a tranqüilidade de terceiros.

Paradigmas são nossas verdades, as crenças que podem se apresentar de duas formas: as limitantes ou as possibilitadoras. Elas se revelam possibilitadoras quando nos impulsiona, nos conduz ao desenvolvimento, nos faz sentir um ser humano mais confiante, seguro e feliz. Você pode se considerar muito bonito, um bom comunicador, um exímio administrador, um bom anfitrião ou um grande líder. Esses são os seus paradigmas, responsáveis por guiar suas decisões do dia-a-dia. Por outro lado, o termo “limitante” já diz tudo. Existem muitas pessoas que diante de um impasse já se bloqueiam e nem tentam algo novo porque acreditam que nasceram e irão morrer do mesmo jeito.

Identificar nossos paradigmas não é uma tarefa fácil. Eles são as lentes que nos faz enxergar o mundo! Metaforicamente uma pessoa que só enxerga o verde jamais sentirá falta da cor vermelha. Mas, uma forma inteligente de identificá-los tanto no âmbito pessoal quanto no profissional é olhar com mais cuidado para nossos resultados. Se você não está obtendo o resultado desejado em seu trabalho, com sua esposa ou com sua saúde física, é um indicador de que há algo errado com seu modo de pensar e agir, com seus paradigmas. Nesse caso é importante criar, ousar e realmente buscar uma nova forma de agir. Porém, quando as suas atitudes, pensamentos e crenças o conduzirem para um lugar onde você realmente deseja, então está no caminho certo e, neste caso, basta apenas manter o foco e concentrar suas forças neste paradigma que não precisa ser quebrado.

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SOBRE
RAFAEL BALTRESCA

Professor e palestrante desde 1999. Formado em Engenharia Eletrônica, iniciou sua carreira dando aulas de cálculo numérico e lógica de programação em escolas especializadas em reforço ao universitário.

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